Desde que surgiram, no comecinho da década de 70, os videogames se tornaram um fenômeno mundial do mercado de entretenimento e moldaram a cultura popular através de gerações. Agora, décadas mais tarde, a indústria de jogos fatura mais do que as de cinema e música combinadas e é a responsável por investimentos bilionários ao redor do mundo. E o Brasil está incluso nessa onda.
O que pode acontecer em seis meses? O mundo pode entrar em lockdown, seu time pode ser campeão várias vezes e uma empresa pode passar a valer de 1,3 bilhão para 3 bilhões de dólares em valor de mercado. Conheçam a Wildlife, empresa brasileira de games fundada na cozinha da casa de dois irmãos paulistas, com a ajuda de um amigo chileno. Ela viu sua base de usuários de seus principais jogos, Tennis Clash, Zooba e Sniper 3D, crescer de 30% a 50% nos últimos cinco meses, acumulando mais de 2,6 bilhões de downloads no mesmo período. Isso se deveu a uma combinação de juros baixos e sobra de liquidez no mercado com a maior pandemia dos últimos 100 anos, que mudou o comportamento das pessoas em relação ao consumo de entretenimento, seja no tempo dedicado a ele ou na plataforma pela qual ele é acessado.
Também se deveu à competência da empresa, que consegue crescer 70% ao ano desde 2014, lança, pelo menos, um jogo de sucesso a cada 12 meses e conseguiu entender as mudanças que ocorreram durante a pandemia, com a migração dos consumidores para jogos de celular, mais baratos que os de console e, portanto, mais acessíveis para um número muito maior de pessoas.
O resultado desse desempenho fantástico é o aporte de US$ 270 milhões, entre outubro de 2019 a julho de 2020, e a entrada de investidores do calibre da 3G (de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira), do presidente do conselho do Linkedin e até de Carlos Saldanha, Co-Diretor de “A era do do Gelo” em seu quadro de mentores. Esse é um fenômeno que pode ser visto em todo o globo. “Do início de 2016 a julho de 2020 foram firmados 2.020 negócios entre empresas de jogos e fundos de venture capital. Só neste ano 1,3 bilhão de dólares já foram investidos.”, é o que afirma uma matéria publicada pela revista “Exame” sobre o segmento.
Apesar do cenário positivo, a Wildlife é a única brasileira entre as dez startups com maior valor de mercado do ramo. Isso mostra que, embora a indústria de jogos eletrônicos esteja fincando seus pés até na Faria Lima, ainda há um potencial gigante a ser explorado pelas empresas do país, que se tornou conhecido internacionalmente por oferecer profissionais altamente qualificados com um custo muito menor que o de lugares como EUA ou Alemanha.
Quem imaginou que um mercado considerado “infantil” anos atrás estaria hoje na vanguarda do crescimento econômico mundial? Se você tem algo pra falar sobre o assunto, compartilhe com a gente aqui porque a sua opinião é que nem videogame pra gente: um motivo de alegria e que vale muito.